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Secretaria da Mulher realiza nova edição do Chá das Rosas com foco em visibilidade e parcerias – Agência de Notícias

Fotos: Rose Campos/Secom

A Secretaria da Mulher (Semul) realizou, na tarde desta quarta-feira (24), mais uma edição do Chá das Rosas, com o intuito de reunir pacientes e ex-pacientes oncológicas, além de familiares e outras pessoas impactadas pela doença. Com foco no tema “visibilidade e parcerias”, o encontro também destacou, nesta edição, a relevância da rede de apoio e outras parcerias que fazem a diferença na superação desse tipo de diagnóstico e tratamento. Dessa forma, entre os participantes, estiveram também dois autores de livros, cujas publicações compartilham com os leitores as experiências de vida e superação, seja da própria enfermidade, como foi o caso de Adriana Machado, autora de “Vozes de Vitória”, que percorre sua trajetória em busca da cura, e de R. O. Duarte, autor de “No Vale – O descortinar dos reinos”, que lança luz sobre a luta da família pela sobrevivência do filho recém-nascido, entrelaçando aspectos do mundo físico e uma verdadeira batalha espiritual, inspirada em tradições judaico-cristãs.

Após os relatos, sempre muito comoventes e extremamente humanos de todos os participantes desse encontro, todos foram convidados a participar do chá da tarde e receber o acolhimento e carinho da equipe, em uma roda de conversa onde são convidados ao pertencimento, a expressar seus sentimentos e manifestar apoio mútuo.

Também foram oferecidos serviços voltados à autoestima e sensibilização das participantes, tais como a massagem e revitalização facial, a auriculoterapia e também uma oficina de produção de vasos plantas. Foram escolhidas espécies de suculentas, que representam a resiliência e a experiência do cuidar.

Entre os presentes, além de pacientes e familiares de pacientes oncológicas, participou também o médico oncologista dr. Paulo Bispo, que compareceu com o intuito de conhecer a dinâmica desses encontros e, com sua expertise profissional, poder oferecer informação e orientações às participantes.

Esta é mais uma ação exitosa da Secretaria da Mulher, que tem cumprido seu objetivo, que é proporcionar alento e esperança para pessoas que se sentem ou já se sentiram muito fragilizadas pela doença, mas aprendem que contar com o outro e com uma rede de apoio não significa fraqueza e sim, muito pelo contrário, se fortalecer por meio da união e do suporte oferecido pelo grupo”, comenta a secretária da Semul, Rosangela Perecini.

Eu participei no mês passado e quis voltar, para poder compartilhar minha experiência, podendo ajudar outras pessoas tanto na prevenção bem como no tratamento da doença. E penso que as pessoas precisam focar em renovar sua mente, buscando a saúde mental, pois sem isso nada evolui. Eu gostei muito de participar e estou achando esse grupo maravilhoso. Fui muito bem recebida aqui e quero dividir com todos minhas experiências e sugestões para melhorar ainda mais o outubro rosa”, conta Roseli de Fátima Ferreira Vieira.

Cuidando de quem cuida

Outra participante, Helenice Gonçalves, revela que não veio como paciente, mas como alguém que sofreu muito com o processo de tratamento e perda de várias mulheres importantes para ela em sua família: a avó, a tia e, mais recentemente, sua mãe. “Por conta do histórico familiar, minha mãe passou vários anos fazendo exames e biópsias. Durante muito tempo não apareceu nada, mas, assim que ela teve o diagnóstico, resistiu apenas 40 dias. Percebei que houve muita mágoa, muita raiva, que ela deixou de pôr para fora. Por isso eu tenho investido muito em autoconhecimento e em me expressar. Estou gostando muito desse grupo, e quero continuar participando”, ela afirma.

Robson Oliveira Duarte, o autor de um dos livros, chegou ao grupo acompanhado de sua esposa, Raquel, a convite de colegas, que trabalham na Secretaria da Mulher. “Quisemos conhecer e saber como funciona. O livro conta a história que vivemos com nosso filho e não está no contexto oncológico, mas tem a força de nosso testemunho e é isso que queremos compartilhar. Inclusive o fato de nossa família, diante da dificuldade, ter se fortalecido e amadurecido. Atribuímos isso à fé, porque fomos transformados durante o processo pelo qual passamos”, ele revela. Hoje o casal em um filho de nove anos, saudável. E o único sinal que ficou dos desafios vividos em sua luta precoce pela vida são as várias cicatrizes na região da barriga. Reuel, seu nome, muito significativamente quer dizer, na origem hebraica, “presente de Deus”. É esta mensagem, tão positiva, que seus pais buscam agora dividir com outras famílias.

Também o médico oncologista, Paulo Bispo, participou pela primeira vez desta ação da Secretaria da Mulher. “Fiquei sabendo pela minha esposa, que é psicóloga, conheceu esta ação e ficou encantada com esse trabalho. Então, vim com a expectativa de saber como é e, se possível, levar informação e alguma orientação e conscientização para as participantes. Pois, diante de vários relatos que vi aqui, vejo que pode ser a luz que faltava na vida de algumas pessoas e, na medida do possível, farei o possível para continuar participando todo mês e tentando contribuir de alguma forma”, conclui o médico.