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a tradição de pai, filhos e netos na polícia





José Ceoloni, que passou 48 anos na polícia, afirma que é preciso coragem para ser policial e se orgulha da família que construiu




Gabriel e Roberto seguiram o exemplo do pai e do avô e também se tornaram policiais

De pai para os filhos. Dos filhos para os netos. E, talvez, dos netos para os bisnetos. O legado criado pelo policial aposentado José Ceoloni, de 70 anos, ultrapassa gerações. Ele revelou que nunca precisou, de fato, incentivar os filhos a entrarem na corporação, mas os três passaram a admirar a profissão a partir das vivências do pai — e, depois que entraram, foi a vez dos netos. 

Ceoloni entrou para a Polícia Militar de São Paulo em 1974. Após 14 anos, ele decidiu prestar concurso para a Polícia Civil e passou a atuar como investigador. Ao todo, foram 48 anos nas duas forças de segurança do estado até se aposentar. “Não escolheria outra profissão”, afirma.

A trajetória de Ceoloni na polícia foi tão significante que inspirou os três filhos a seguir carreira militar. O caçula do trio, major Ricardo Ceoloni, se empolga ao falar do pai: “A gente sempre via ele fardado, saindo e voltando do trabalho, referência na cidade e, todo mundo que o conhecia, falava dele de uma forma tão inspiradora. Acabamos nos espelhando nele”, conta. 

Como se não bastasse o pai e os irmãos, o major ainda é casado com uma capitã médica, e o sogro dele é coronel aposentado.

O plano para este domingo (11) é reunir todo mundo na casa do pai, em São Roque, no interior de São Paulo. “O assunto no almoço é diferente aqui”, brinca Ricardo. A família inteira é conhecida na região, não só por ser quase toda da polícia e a população ter uma admiração enorme, mas porque eles já atuaram em diversas causas sociais.

O major é pai de dois meninos, de 11 e 7 anos. Mesmo novos, os dois afirmam que também querem entrar para a polícia. “Eles ainda são crianças, não sei se vão permanecer com esse desejo, mas vou apoiá-los no que decidirem ser”, admite.

De avô para o neto




Neto de Ceoloni, o tenente Gabriel Ceoloni conta que ouviu muitas histórias do avô, dos tios e do pai sobre a polícia. “Desde que me entendo por gente, em toda reunião de família eles falam do dia a dia, da rotina da polícia. Aquilo foi se inserindo no meu meio, eu gostava. Quando cresci, quis vivenciar tudo aquilo na prática.”




Os relatos não influenciaram apenas Gabriel, mas também o seu irmão, Roberto, que hoje é soldado. Os dois são filhos do sargento Roberto Ceoloni, segundo filho do policial aposentado.




O tenente também é pai de um menino de 5 anos. Ele revela que a criança adora ir ao quartel ver as viaturas e também diz que quer ser policial. “Não tem jeito, acho que está no sangue.”




O avô fala que não imaginava que sua história na corporação fosse repercutir tanto a ponto de chegar aos netos. “Foram os três filhos, os dois netos e vai saber se os bisnetos também não vão querer. É uma profissão que exige coragem, então tenho muito orgulho deles e sou extremamente feliz com isso”, diz Ceoloni.




Os familiares afirmam que levam lições de vida que aprenderam na corporação. O legado que os filhos e netos continuam carregando: caráter, lealdade, honra, respeito, dedicação e postura.

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