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Alunos da rede municipal participam de festival e contam histórias infantis em Libras

Os alunos surdos e ouvintes do 5º ano do Ensino Fundamental I da Escola Municipal Ativa Integral Celso Monteiro Furtado, no bairro João Paulo II, participaram, na manhã desta quarta-feira (24), do 1º Festival de Leitura dos Estudantes Surdos. O festival surgiu pela necessidade de ensinar a língua portuguesa para o estudante surdo, partindo para as práticas com os clássicos infantis. Nesta quarta-feira é celebrado o Dia Nacional da Libras.  

“Isso é o resultado de intervenções pedagógicas desenvolvidas com os estudantes. Nosso objetivo foi despertar no estudante surdo o encantamento pela leitura e pelo aprendizado da língua portuguesa e para os ouvintes despertar e incentivar o desejo de adquirir fluência na Língua Brasileira de Sinais. Na condição de escola inclusiva inserimos os ouvintes nas atividades, ouvintes que já têm uma fluência relevante na Libras”, explicou Rosângela Melo, especialista em Libras da Divisão de Educação Integral da Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa (Sedec-JP).  

Essa intervenção além de acabar com a barreira linguística entre surdos e ouvintes proporciona um ambiente intercultural inclusivo e desperta o gosto pela leitura.   Os alunos, caracterizados, apresentaram contações de histórias infantis como: O Menino Maluquinho; O Vale dos Dinossauros; Pinóquio; Chapeuzinho Vermelho; Turma da Mônica; Os Três Porquinhos; Blip é Pip; Rodolfo, o urso; Cinderela Surda (uma adaptação); além de outras.  

Tayná Samira, 9 anos, é aluna ouvinte e contou a história da Cinderela para toda a turma e ficou bastante feliz em poder participar da ação. “O que eu achei mais legal é que todos nós podemos conversar e interagir com todos os alunos. Aqui posso conversar com todos amigos surdos. Gostei demais da apresentação”, disse.  

Já Samuel Vinícius, 9 anos, é aluno surdo. Ele contou a história ‘O Menino Maluquinho’ e também ficou feliz por saber que toda a escola consegue conversar com ele por Libras. “Esse projeto de inclusão é importante porque eu consigo brincar, me comunicar com meus amigos, com a família, consigo aprender melhor. E eu gostei também porque todos os meus amigos entenderam a historinha que eu contei”, relatou.  

A apresentação dos alunos rompeu as barreiras da escola. Ezequiel Paixão é professor de Letras e Libras do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ao ter conhecimento da apresentação, ele veio assistir de perto. Ele também é surdo.  

“É emocionante e muito importante. Eu voltei ao meu passado de quando eu era criança. Não tive muita oportunidade, mas agora as crianças estão tendo. Fiquei muito feliz ao vê-las sinalizando, produzindo sem a influência da outra língua (língua portuguesa), só com Libras. Eu sou mestre e estou tentando agora um doutorado nessa área. Muito bom e parabenizo à Secretaria de Educação de João Pessoa”, destacou.  

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